Não era mais que um tapete de branco, de flocos brancos de nuvem, e
sob as nuvens, mais nuvens. Por sobre as nuvens o azul indelével, o
sol inflexível, mais nada. Foi só quando estávamos para chegar
que o chão dos nefelibatas se abriu num rendilhado, mostrando o
macio cinzento das colinas no solo.
O enrugado dos morros se enrodilhava em si, mostrando e escondendo os
leitos cintilantes dos rios nos vales. Escuros de mato e claros de
campo se enxadrezavam, mostrando lá e cá um quadrado de terra nua,
de verdes diferentes, de cultivares. Um brilho maior aqui e ali,
açude ou campo de arroz. Açude. Açude. Arroz. Açude. Arroz.
Lantejoulas rebrilhando ao sol, cintilantes ou meio turvadas das
plantinhas nascendo. Me pareciam tão grandes, comparados ao vermelho
dos telhadinhos de cima, coroando os morros em seu brilho de joia, e
aumentavam conforme o terreno se aplainava. Eram gargantuescos os
campos de arroz no plano do pampa, brilhando metálicos no claro
verde da planície.
A geografia se recortava no estuário do rio. Um imenso de água
escura se abria, azulando no horizonte. O barroco das margens, a
borda espinhenta das marinas e cais privados. Um barco, outro barco,
um navio. O porto. A cidade. A capital do estado se abria colorida
diante de nós.
Pousamos.
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