quinta-feira, 11 de setembro de 2014

pavana

aquelas caras todas na estação
nenhuma é sua
aqueles rostos todos passageiros
nenhum é seu
no trem que passa aos trancos nos dormentes
em cada linha
no fim da linha encontro a sua mão
tão quente e fria
a linha só termina pra quem vive
o tempo ainda circula sob o chão

o chão que piso é onde você mora
permeia
e voa no deserto com o vento
areia
descendo pelo meio da ampulheta
fumaça
que embaça o vidro e some como veio

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